Psicanálise afora
- Carolina Moreirão
- 25 de mai.
- 2 min de leitura
A convite da queridíssima psicanalista Mariana Anconi (NY), que organizou junto com a psicanalista Eliana Betancourt (NY) o livro "Psicanálise afora – Percurso e clínica de psicanalistas brasileiros no estrangeiro", uma coletânea de textos que reúne experiências vivas e singulares de psicanalistas brasileiros que atuam em diferentes partes do mundo, tive a alegria de contribuir com um artigo e participar desse projeto tão especial.

No meu artigo, intitulado "A psicanálise se resume a um divã?: Impressões de uma psicanalista brasileira (em formação) na Holanda", faço um breve recorte sobre o movimento psicanalítico no país, compartilho os desafios encontrados na terra das tulipas para seguir com meu percurso de formação e prática da psicanálise — em um território que, apesar de inicialmente ter se mostrado solo fértil, aos poucos a fez desaparecer do mapa. E não é pelo fato da Holanda estar abaixo do nível do mar, mas por razões históricas, culturais e institucionais, entre elas, a curiosa "proibição" do uso do divã em certos contextos clínicos.
Esse artigo pode ser lido tanto como um documento histórico sobre a presença (ou ausência) da psicanálise na Holanda quanto como o registro do desejo de uma analista em sustentar o discurso da psicanálise em terras estrangeiras.
Ao encarar esses desafios, percebo que me aproximo de algo essencial à própria psicanálise: a experiência de estrangeiridade. Como bem diz Colette Soler (2017), “Todo mundo fala uma língua estrangeira a nível do inconsciente". A língua que nos habita, afinal, não nos pertence inteiramente — ela nos atravessa, nos escapa e nos revela.
"Sempre que houver um psicanalista, haverá a possibilidade da escuta do desejo" analítica e os caminhos a que a associação livre pode nos levar rumo ao nosso desejo" (Moreirão, 2021, p. )
O livro já está disponível e conta também com um episódio de podcast que antecedeu a escrita dos textos e faz parte do projeto Psicanálise afora. Vale a pena mergulhar nas diferentes experiências compartilhadas por colegas espalhados pelo mundo afora!
*O compartilhamento desse artigo é autorizado desde que seja feita a referência à autora principal do texto
Este artigo foi escrito por Carolina Moreirão, psicanalista brasileira residente na Holanda.
Membro dos Fóruns do Campo Lacaniano da Bélgica e participante do Colégio Clínico Psicanalítico de Paris (EPFCL), é mestre em Psychopathologie Clinique Psychanalytique – Psychanalyse et Interdisciplinarité pela Université Paris Cité (Paris V, VII e Université Sorbonne Paris Nord). Especialista em Psicologia Clínica pela PUC-Rio e graduada em Psicologia pelo IBMR-RJ, atua como psicóloga clínica com atendimentos presenciais em Amsterdã e online.
REFERÊNCIAS:
BETANCOURT, Eliana dos Reis; ANCONI, Mariana Rodrigues (Orgs.). Psicanálise afora: percurso e clínica de psicanalistas brasileiros no estrangeiro. São Paulo: Blucher, 2021. 304 p. ISBN 978-65-5506-276-2.
SOLER, Colette. Un autre Narcisse. Paris: Éditions du Champ Lacanien, Collection Études, 2017.
MOREIRÃO, Carolina. A psicanálise se resume a um divã?: impressões de uma psicanalista brasileira (em formação) na Holanda. In: BETANCOURT, Eliana dos Reis; ANCONI, Mariana Rodrigues (Orgs.). Psicanálise afora: percurso e clínica de psicanalistas brasileiros no estrangeiro. São Paulo: Blucher, 2021.
Links:
Livro Psicanálise afora: https://a.co/d/h27QM5T
Podcast Psicanálise afora - Carolina Moreirão - Amsterdã / Holanda: https://open.spotify.com/episode/3vphWAY7YAsPtKo2DbnO27?si=AIGz5KwORI65fR9FYSHrOg
Instagram Psicanálise afora:
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